No final de fevereiro, A Guarda-Chuva completa 10 anos. Uma década dedicada a criar e compartilhar formações, ferramentas e eventos para impulsionar o trabalho de quem faz a diferença no sul de Minas — e além.
De lá para cá, mais de 3 mil pessoas já passaram por nossos cursos, palestras e eventos. Entre elas, centenas de empreendedores sociais, lideranças comunitárias e agentes de transformação que estão à frente de OSCs, projetos socioambientais e negócios de impacto. São elas que, todos os dias, movem a engrenagem das mudanças que o mundo precisa.
De um projeto para um movimento
Tudo começou em 2014, dentro de uma sala de aula. A Guarda-Chuva nasceu como um projeto de conclusão de curso da Formação Inicial e Continuada (FIC) em Gestão Cultural, oferecida gratuitamente pelo IFSULDEMINAS – Poços de Caldas, em parceria com o Coletivo Corrente Cultural.
A missão do curso já era potente: fortalecer agentes da economia criativa, tornando seus projetos mais estruturados, profissionais e de maior impacto para o território. Mas o aprendizado ia muito além das técnicas de gestão – era também sobre troca, visão de mundo e conexão.
Foi nesse ambiente que começamos a desenhar o que viria a ser A Guarda-Chuva. Mas havia um detalhe: nós não éramos artistas, músicos ou gestores culturais, como a maioria dos colegas. Vínhamos de outro universo, com formações em empreendedorismo, inovação e gestão. O encontro dessas diferentes visões gerou uma pergunta essencial:
💡 Por que os agentes culturais e socioambientais usam tão pouco as ferramentas de gestão e inovação para fortalecer seus projetos?
A resposta veio como um estalo: era preciso traduzir esse conhecimento para uma linguagem acessível e aplicável às realidades dos projetos sociais, culturais e ambientais. Foi assim que começou nossa jornada.
Muito coração, pouca planilha
Os primeiros cursos e oficinas da A Guarda-Chuva revelaram um padrão: as iniciativas sociais tinham propósito e paixão de sobra, mas esbarravam na falta de estrutura, estratégia e planejamento. Era um dilema recorrente — e urgente.
Foi aí que surgiu uma frase que nos acompanha até hoje: "Muito coração, pouca planilha."
Nosso trabalho passou a ser equilibrar a balança. Trazer ferramentas e metodologias do empreendedorismo e da inovação, sem perder a essência e os valores que movem o impacto social. Falar a língua do setor, sem abrir mão da potência da gestão.
Isso significou criar formações que não só ensinassem sobre planejamento, sustentabilidade financeira e inovação, mas que fizessem sentido na prática para quem estava na linha de frente das mudanças.
Um chamado para quem quer transformar
No início de 2015, lançamos nosso primeiro convite aberto. Queríamos reunir pessoas dispostas a pensar projetos para a comunidade, para Poços de Caldas e para a nossa região. Foi assim que nasceu o primeiro evento da A Guarda-Chuva.
As inscrições vieram e, com elas, pessoas cheias de ideias e vontade de fazer a diferença. Criamos um encontro dinâmico, leve e cheio de trocas. Daquele dia saíram três projetos, sendo que dois seguiram caminho. E, mais do que isso, dali saiu também um movimento. Um espaço para conectar quem queria transformar e trazer impacto positivo para a cidade.
Hoje, 10 anos depois, é emocionante olhar para trás e ver como esse primeiro encontro segue vivo. Algumas pessoas continuam na A Guarda-Chuva até hoje, como eu e a Rafa, que estamos desde o início. Mas muitas outras seguiram seus próprios caminhos, tocando iniciativas incríveis, fortalecendo o impacto social, ambiental e cultural em Poços de Caldas e em outros territórios.
E é exatamente isso que sempre quisemos construir: um espaço onde quem sonha com um mundo melhor encontra ferramentas, conexões e coragem para transformar esse sonho em realidade.
O encontro com o empreendedorismo social
A partir de 2017, começamos a aprofundar nossas metodologias e fortalecer nosso repertório. Foi nesse período que conhecemos o conceito de Empreendedorismo Social.
Era um nome para algo que já fazíamos, mas que até então não sabíamos definir com precisão: usar o empreendedorismo como ferramenta para a transformação social e ambiental.
Essa descoberta consolidou o propósito da A Guarda-Chuva. Nossa vocação estava clara: somos uma escola de empreendedorismo social. Um espaço onde agentes de transformação encontram ferramentas, conexões e conhecimento para ampliar seu impacto.
O que nos move hoje?
Uma década depois, seguimos fiéis à mesma intenção:
- Formar e capacitar lideranças e empreendedores sociais
- Desenvolver empreendimentos de impacto socioambiental
- Fortalecer o ecossistema de impacto por meio da criação de redes de apoio e colaboração entre agentes da transformação
Se tem uma coisa que aprendemos ao longo desses anos é que o impacto social não acontece sozinho. Ele é construído no encontro entre pessoas, ideias e ações que fazem sentido para o mundo. E é exatamente isso que seguimos cultivando.
Se você faz parte desse movimento e quer fortalecer sua jornada, vem com a gente.
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